Nascido em São José por luxo de minha mãe, a qual queria me parir com a mesma médica que a ajudou no seu parto passado - de meu irmão Gustavo -, porém nunca residi na cidade: me considero um manézinho da Ilha. Bixa, afeminadíssima, contra as normatividades de gênero que matam os corpos alheios à norma. Estudante de Antropologia, procuro o comum através do diferente (e vice-versa, por que não?).
Minha poeta preferida é a Ana Cristina Cesar, ela simplesmente mudou não só minha escrita, mas a minha vida. Existe o eu pré-ACC e o eu-pós ACC. Além disso, espelho-me também em antropólogos, que constroem comigo minhas internas reflexões sobre a diversidade: Mauss, Strauss, Boas, etc.
Como estudo Antropologia, minha principal atividade é pensar na diversidade cultural humana, refletir sobre os processos de reconhecimento que o Brasil - e o mundo, em seus próprios moldes - não conseguiu conceder a todos.
Chamo minhas poesias de vômitos, pois tudo o que escrevo me vem quase como um: espontaneamente, gritando para ser jogado fora, doendo se contido. Quando as palavras surgem, preciso soltá-las, todas as minhas dores (na maioria vindas do peito), para viver. Eu gosto da liberdade de escrita e assim, consequentemente, de expressão.
Minha proposta é a de uma poesia com reflexões acerca da corporalidade, das transgressões de gênero que as bixas, as travestis e as sapatonas podem dar à escrita brasileira. O tempo da poesia milimétrica, padronizada, que reflete apenas aos homens brancos cisheteronormativos acabou: a escrita é livre, tanto quanto os nossos corpos. Meu blog é: https://stonewall-inn.tumblr.com/ com mais.