Poesia

Natimortamente Monalisa

Natimortamente Monalisa

O cianótico rosto todo roxo
(das carícias do esposo)
a testa antireflexa,
os lábios lacerados,
a boca necrótica,
o olhar anoftálmico,
negras madeixas (tipo as da Joelma!)
meigamente extraídas,
um semblante transfigurado.

tua divindade fossilizada me estarrece,
com assombro que não se desfaz,
gélida e nauseaunte, apenas se remexe,
Tanatos absoluto reina em paz.

Fêmea "manina",
de dual evasão bípede,
já não mais se anima!?
torpe passado te incrimina,
a cada vil segundo jaz em solidão,
anacrônica, inepta, fútil, decrépita,
tal qual a transata lua cheia de ilusão,
vive ficta, incompleta, mórbida, decúbita.
(Teresina, 17 de Outubro de 2011.)
Comentários de qualquer natureza, agradeço-lhes, enviem para zeultimo@hotmail.com

José Wilson José Wilson Autor
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