Sou assim, pouco exagerada
Nada sucinta, resumida
Exacerbada, sentimental
Semelhante, ou talvez tímida
Um pouco pálida, meio rosa
Será brancura? Ou sou vermelha?
Mas disso eu não sei
Sei que sou única, original.
Assim é minha forma de sentir,
De viver, respirando fundo,
Olhando firme nos olhos
E sorrindo, chorando, tanto faz
Já não importa mais.
Faz parte de mim
É meu espetáculo de vida
É fato e tenho dito, assim.
O que vivo agora é o hoje
O “eu” que aflora incansável
À flor da pele, amável
Solitário, mas feliz, aprendiz
De ser da minha história
A principal atriz,
Que após vôo rasante
Repousa macia e ofegante.
Tenho um que de chatice
Talvez discreta tolice
Ou encanto avassalador
Uma leveza no olhar
Uma forma própria de amar
E de contrariar a dor.
Uma audácia atrevida
Feitiço especial de vida.
