Estou presa, sem saída
Louca e desvairada a gritar
Nessas janelas imaginárias
Desse isolamento sem sentido.
Como se para o mais simples
Pássaro, em seus vôos rasantes
Eu já tivesse morrido.
E não adiantasse eu
Suplicar..., só restaria
Esperar.
Sinto-me enclausurada,
Nesse nada, abafada.
Minhas asas cansadas,
Já tão destreinadas.
Mas, do meu canto,
Calada, eu olho o meu horizonte
Tão calmo, detrás do monte
Desinteressante..., incessante
E não vejo o d’antes.
Somente dois grandes amantes
Amando com certo silêncio
De mãos dadas escondidas
Procurando a qualquer preço
Dar mais sentido a suas vidas.
