Nas mãos, segredos em um relicário
de cristal. Ela perambula por entre
labirintos, sem rumo e transpirando
aflição. Um dia sonhou e ficou presa
no cenário fascinante de ventos e fitas
de seda fina que bailam sorridentes.
É lá onde o possível é a única coisa que
não acontece. Seus cabelos voam e
reluzem o arco-íris que divide os espaços.
Tudo parece voar para todas as direções.
Ela carrega consigo o medo esquecido,
mas, que não parece ser obstáculo...
Seu caminho esperançoso aguarda
o fim no próximo despertar, onde a luz
do esquecimento permite que ela viva
sem lembrar das encruzilhadas de seus sonhos pueris.
O vento sopra delicadamente nas folhas
do ipê distante. Por um momento, ela
contempla e sorri. O acordar é sempre
confuso. A mágica parece se repetir,
mas, em tela real. Sozinha, com sua
caixinha de música, espera o momento
certo para o vento levar suas incertezas
e medos amarrados em fitas de seda
que aperta nas mãos e as devolva ao
próximo arco-íris onde flores sempre nascem.