Voraz, era a vespa na véspera da alvorada
Singular e bela como uma borboleta
No vai e vem côncavo e convexo tal qual cavalgada.
Ela, amarela até que a velocidade lhe desfigure no espaço
Violentamente volátil como revólver
Segue em disparada rumo à solidão do asfalto
Vespa viril, vespa urbana
Vestindo as vestes de Veneta
Esvoaçantes, desveludas e mundanas.
A vespa também é noturna,
Segue erradia, esquivando-se das luzes dos pardais
Na ergonomia harmoniosa
Cavaleiros e cavalos de metais
Cavaleiros medievais?
No volante o vertiginoso vento
Relento para alguns, é o alimento para estas
Modestas e oportunas
Viajam pela noite como ciganas
E se enganam e se enrascam nas vielas
Perde o seu sustento, seu coração.
Ao reluzir do dia flama-se a pele ao sol
E aventuram-se se esquivando do cerol
Por um punhado de moedas
Arriscam às quedas
Vão em fugaz alvoroço, em vão?
Ainda em sesta, vociferam os motores
Trovão sonoro em voraz fervor
Tão logo assim, acaba no chão
Vão em fugaz alvoroço, em vão?
Desvanece a vespa vespertina.