Torrentes de medo me alcançam
e precipitadas transpiram gotas de penar.
Furiosas percorrem e varrem as zonas
intransponíveis do meu coração.
Se de tão grande meus pensamentos
alçam voos, penso que não poderei
juntar-me completamente
usando somente este corpo que parece
não entender não ter asas.
São vendavais que se alastram e levam
tudo que plantamos um dia nos espinhais.
Velhas folhas que ao longe parecem
chuva verde e bailarinas em espirais de sopros,
choram gotas de esperança que se esvaem...
Não podemos mais cruzar este caminho
que um dia pertenceu aos nossos pés e sonhos.
Seguimos então a estrada de trilhas perdidas
e nas mãos lágrimas e todas as
estrelas do firmamento...