Suplicam em altas vozes
As dores que provocam
Incertezas algozes
Nos desprotegidos da sorte.
Choram em dores lancinantes
Os trôpegos estômagos
Cambaleantes e esquálidos
Dos que o amanhã não olhará.
Tiritam no frio da janela
Os vesgos olhos da fome
Do outro lado da rua
Em quem a dor é crua.
Vomitam as mãos tateantes
Dos que a força já foi companheira
E hoje estendidas
Acreditam no olhar perdido.