Chega à lagoa
Aos pulos, um sapo
Casaca amarelo-parda
Todo ressecado
Com os dedos na terra
Rosto levantado
Os olhos sempre de pé
Nariz armado no ar
Todo de quatro:
As mãos bem abertas
Mas alavanca o peso
Nos membros de trás
_ Grandes e fortes _
Quer um salto bem dado
(Lá no alto, a lua a caminhar
Na beira duma nuvem,
Olha-o de lado
Anseia ouvir o belo coaxo)
E, do meio dos outros
Um velho cururu:
_Sapo, veio lavar teu pé?
E o sapo, esticando-se no salto:
_ Pois não é!
(Antologia 69.)