Doce sorriso e cheiro de albani na varanda me fazem lembrar a cor dos teus olhos escarlate de neblina e raiva, procurando-me desfocar de tudo que te rodeia, desnaturo cada palavra restante e finjo coletar passos.
Frio pudor, que fazem borboletas esvoaçarem meu papel ingênuo, poupa-me cada palavra sacana, a livre e árduo caso sexual.
Não adianta querer esconder a força, a diversidade das cores, cores que permeiam nossa estrada, cores que clareiam seu olhar a me observar, que infligem todas as barreiras, e me pega com voracidade, cala-te manda pra fora esse silencio.
O descuidar de cada passo, o infiltrar sem pudor das tuas mãos no meu vestido, cada sessão de filmes opacos e cintilantes, em que você se insinuava para mim, me dizem claramente quem você é, e o que você quer.
O mais escuro que você deixa, esclarece revestidamente o teu ser. Um ser maligno, inteligente, sagaz, valente, e mutuamente sensual. Demasiadamente casual.
O 8º verso paranormal que dediquei a ti, derrepente faz tanto sentido, o que de fato permeia minha cabeça é o ‘quanto’ te verei novamente e não o ‘quando’. Não me inicia o pensar no tempo, não me arrepia ver-te, só me engana pensar, e de pensar eu vou levando. O albani ainda me resta. E a lembrança jamais se apagará.