Embaixo de uma cadeira de balanço,
Dormia um gato.
E roncava.
Então se percebeu um gemido estremecido.
Pedregulhos. Emaranhado de cipós velhos.
Dois olhinhos verdes assustados.
Um coração acelerado.
Numa expressão de medo,
Estica as patas. Miauuuu!
Preso, num buraco, o gato.
Esfola as unhas...
Os galhos anêmicos não lhe seguram o peso.
Comera demasiado no almoço!
E os gemidos continuavam...
O gato com um semblante carregado,
A fazer movimentos com as patinhas...
Vovó Teresa sentada na cadeira,
A tricotar um agasalho para a netinha...
Miauuuuuuuuuuuu!
O gato pula-lhe no colo.
Era sempre assim...
Vovó alisava-lhe o pelo,
E Lulu esquecia-se do pesadelo!
(Antologia 65.)