ilustração: Rafael Nolêto
Por detrás da carnaúba
Vejo algo se mexer
Tem o peito de cujuba*
É feia que dói de ver
É velhinha entroncada*
De cabelo bem branquinho
Vem se fazer de coitada
Procurando homem sozinho
Só um peito bem inchado
A pobre velhinha tem
Pelancudo* e encarquilhado*
Dá leite pra mais de cem
Se descontrola de repente
Pula em cima da sua costa
Bota o peito na sua frente
Pergunta se você gosta
“- Mama, mama, meu filhinho
O mais doce das doceiras
Meu leite é melhor que vinho
Vem direto de Tranqueiras*”
Depois de ter se atracado
Com o pobre do peão
Deixa o cabra atoleimado*
Melado de leite e caído no chão
Velha de um peito só
Peito farto de leite grosso
Apesar de ser vovó
Só se atraca* com homem moço.