ilustração: Rafael Nolêto
Jovem garota cheia de coceira*
Futrica* do domingo até a sexta-feira
Não respeita sequer a mulher que lhe pariu
É quenga desengonçada*, gorda feito um barril
Brigou em uma noite com a mãe que lhe amou
Lhe deu uma dentada que o couro decepou
Naquela ocasião foi amaldiçoada
Virou marmota feia que assombra a madrugada
Nas periferias de Teresina
Muita gente diz que a viu
A porca que era menina
E há tempos já sumiu
Porca do dente de ouro
É danada feito um touro
Brilha como um metal
É monstro feroz e mal
Porca feia e vadia
Sem cabelo na virilha
Suas têtas arrastam no chão
Seu corpo tem comichão*.