Poesia

Porca-do-dente-de-ouro

Porca-do-dente-de-ouro

ilustração: Rafael Nolêto

Jovem garota cheia de coceira*
Futrica* do domingo até a sexta-feira
Não respeita sequer a mulher que lhe pariu
É quenga desengonçada*, gorda feito um barril

Brigou em uma noite com a mãe que lhe amou
Lhe deu uma dentada que o couro decepou
Naquela ocasião foi amaldiçoada
Virou marmota feia que assombra a madrugada

Nas periferias de Teresina
Muita gente diz que a viu
A porca que era menina
E há tempos já sumiu

Porca do dente de ouro
É danada feito um touro
Brilha como um metal
É monstro feroz e mal

Porca feia e vadia
Sem cabelo na virilha
Suas têtas arrastam no chão
Seu corpo tem comichão*.

Rafael Nolêto Rafael Nolêto Autor
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