Doei cada gota de meus esforços
Transitei contigo por muitas veredas
Vivi juntando seus destroços
Te levantei de muitas sarjetas
Não sabia mais se tua intenção
Era punir-se ou só transpor a tua inquietude
Pois no meio de toda essa violação
Para ti era nobre tal atitude
Percorri vielas, becos e jazigos
Pra ti buscar nas noites em desvario
E muitas vezes te encontrei em abrigo
Ou em uma cela já sentindo frio
E em tom sereno quase em languidez
Pedia desculpas em arrependimento pleno
Pedia perdão por tanta insensatez
E adormecia com um semblante ameno
Ao raiar do dia já com ar refeito
Já com corpo firme e seu próprio sustento
Não me dizia nada e já pulava do leito
Saía no mundo ao sabor do vento.