Em seus olhos, vejo os verdes musgos
das árvores das florestas,
Em seus olhos, me conecto
com o seu mais íntimo.
Em seus olhos, vejo, mesmo escusos
por trás dos óculos claros, escuros,
uma alma sonhadora,
Uma alma calma, rara,
conhecida à minha própria alma,
sem explicar, se destaca.
Já vi muita coisa e já vivi
muitas ruínas de dor.
Ache-me perdido, sem saber onde
e quando for, como for,
e nem ao menos a esperança
me trazia a paz que precisava.
Desertei-me de qualquer crença do amor,
sim, esse amor.
Mas não, não me tomes como apenas
um amante que arde de amor;
nem sempre amantes vivem com amor.
Não me tomes como uma tola,
ah sim, tola sou,
pois me perco em seus olhos verdes,
ardentes de amor.
Pois eu, tal tola que sou,
vejo o profundo além de seus olhos,
o ardor de um amor de notórias vidas
que um dia vivemos,
mas que eu, ah, tola como sou,
não lembro-me de quão bem nos fazia.
A verdade que não lembramos,
mais a fim de uma telepatia e um queimar ao peito,
tende a nos aproximar a cada dia.
Mesmo ainda, tola que sou,
não entendo como explicitar esse amor.
Não entendo como conseguiste
me tirar desta ostra que fechei-me
por medo do amor.
Decidi-me apenas permanecer
amante das coisas mais simples,
como sempre vinha sendo.
Mas tu trouxeste o melhor do que temia,
pois já nem cria.
Trouxeste-me o nutrir do Amor,
conectando com todo amor
que não imaginei que ainda tinha.