Poesia

Ele #21

Ele acordou indisposto, algo parecia incomodar. Toda vez que ele olha para o silêncio sente uma saudade melancólica, algo incontrolável, talvez um pouco de solitude, talvez ele só não compreendera ainda que se colocara nesse caminho sem volta. Lembra de outrora quando o sibilar do vento era uma novidade, quando as pequenas feridas lhe eram centelhas de alegria, pois acordava toda manhã desejando ser como eles, sentir como eles, entender como eles. Mas agora aquela novidade lhe parece somente um fardo, talvez goste da ideia de que se mantivesse a ignorância ele seria melhor, porém não tem certeza disso. Foram diversos aprendizados, diversas lições que hora eram terrivelmente dolorosas, hora pareciam intensas e divertidas, ao que todas elas o faziam se sentir mais vivo. Mas há algo diferente nele agora, talvez ele tenha sentido novos sinônimos, tenta encontrado uma nova filosofia, mas desconfia de que realmente seja algo bom, porque o que aprendera foi que as coisas deveriam ser leves, deveriam ser retornadas, deveriam ser simples como o próprio ar em movimento. Ele aceita as suas verdades, ele concorda com seu entendimento e acha que deve vagar um pouco por aí, apenas para deixar o sangue de seus arranhões escorregarem pela terra e se desfazerem. Nada é tão novo, nada é tão complicado, é a mesma história que já ouvira, mas com roupas aquecidas. Então ele só anda por aí, porque ficar onde está não parece certo e ele só quer ir…

Rony Welry Rony Welry Autor
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