”Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.” (Isaias 53:2)
Desejo
Tudo o que estiver além da janela
Aurora, véu da noite
O sopro das coisas inomináveis
A escrita no lenço rasgado
A pétala amarela ao chão.
Desejo
O naco de pão asmo
O vinho envelhecido ao redor da cama
Sono e sonho
Numa terra que agora germina
Palavras, cantos e címbalos
E a minha ansiedade sob lençóis azuis.
Desejo
A frase subalterna à dura sintaxe
O encanto da bela formosura
Sem laços de cetim
Mas de boa aparência em labirintos
Neste renovo que sobe
Para espanto da terra seca.
Emerson Araújo