Em cartaz: A luta vertiginosa descerra o filme da vida, protagonizada por distintos eus, em mim figurantes.
Eis que cá estou
impregnado de suas artimanhas
maldizes minha existência
aqui e acolá - em resiliente petulância
rebobina memórias em alta resolução
emerge com zelo as piores telas possíveis
que pululam ante meu desatino
e ausência de vigilância.
Chega até a me fazer bizarros convites
aos quais um de meus muitos eus
atende ao chamado prontamente
assim passa horas viciantes - de desespero
a assistir longas horas de escolhas não tomadas
película formatada onde me arrisco perigosamente (como diretor?)
cenários que nunca existirão
outros tantos ainda por vir
novelo de eletricidade cristalizada.
Por vezes uma pérfida trilha sonora
se sobrepõe ao longa metragem lúdico
n'uma tentativa voraz de acentuar
a célere ânsia que aflora
as vertigens de um show único
a imprimir autenticidade fidedigna
em seu dantesco ato de paralisar.
Oh mente mal sã, a pulsar em suas camadas mais profundas,
alcei inéditos caminhos
no intuito de fazer as pazes contigo
mas torno a lhe confrontar em becos oníricos
até mesmo fragmentei-me em diversas faces
pra te ocultar da multidão que o oprime
e se bendizes ao menos um diante de tantos presentes
prisma que lapidei com extremo esmero
extirpa de mim o passado ainda latente
deixa de atuar pelos nossos fracassos,
partilha comigo o empreender do futuro nascente.
Poemmus (19/08/2023)