Poesia

O vazio das tábuas cinza

O vazio das tábuas cinza

Era isso que realmente querias…
Então, entendi e sai
O lugar agora está vazio
Não há mais a espera!
Mas do que?
Existias apenas dentro de um peito
Que embora não estivesse disponível
Encontrava-se disposto
A tentar e quem sabe, uma possibilidade
Do que a quântica insiste em convencer
Mas nessa lacuna houveram apertos
Ultrapassaram camadas…
Vontade unilateral, eu sei, confesso
Há necessidade urgente de agulhas
Certeza de linhas de aço
Que transpassem os vãos
Que neles se acumularam fragmentos
E a chave era a última
Está lá, junto à eles
Incorporando à história de Ló
O véu rasgado junto com o ser
O banco, pelo que querias, agora está vazio
E quem se cansou da sofrida espera
Jamais se tornará sal
Entre a costura, a fechadura também se cinge
Não há resgate nem regresso
Torna-se indispensável o repuxar
O aço não rompe
Curativos dolorosos presentes por dias
Cicatrizes ocupam o lugar onde estavas
Esperando que a cura reverbere por existências
As tábuas cinza não sentirão mais calor
Do retiro forçado que presenciou
O secar do pulsar vermelho
Que só experienciou, nesse lugar, a dor

Jal Santos Jal Santos Autor
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