Estudei, mas não trabalhei.
Namorei, mas não amei.
Plantei, mas não colhi.
Me entreguei.
Apenas entregas.
Estudei olhando para o futuro,
mas presa ao passado.
Nada me adiantou.
Não ensinaram a perdoar nos livros.
E como se concentrar com a dor no meu peito?
Nota zero.
Meus olhos encontram um homem,
mas não meu coração.
Meu amor ficou pelo caminho.
Me restou a responsabilidade.
E o amor...?
Ah, que o amor venha com o tempo.
Talvez daqui a 50 anos ele chegue.
Debaixo do sol,
debaixo da chuva
e das lágrimas eu, simplesmente, plantei.
Plantei um broto,
que ainda deu em nada.
Que sementes tenho jogado sobre essa terra?
Arroz, feijão, trigo ou
decepção, tristeza e amargura?
Alegria, talvez...
Só sei que estão para nascer.
Algum dia eles vão aparecer.
Tudo não passa de entregas.
Eu entreguei tudo, mas nada me pagou a vida.
E pelo trabalho que me esta dando,
pedirei gorjeta.