Poesia

Fornicatio

Sejamos então devassos
Sem querer esperas, sem freios
Não imponhamos limites
Fiquemos logo em pêlo
E saltemos todas as etapas

Sejamos nós os devassos
Façamos do nosso gemido hino
Entoemos ele concentrado e conciso
E entre as trocas de salivas e suores
Façamos de nossos olhares melodia

Sejamos nós os transgressores
Façamos tudo ao nosso jeito
Sem cerimônias, sem salas
Coloquemos logo a boca em tudo
Esses corpos agora são livres

Sejamos nós os rebeldes
Busquemos logo o prazer
O visco, o mel, a gritaria
Façamos fogo em todo o canto
E sejamos também a fúria

Sejamos nós os safados
Vamos logo pelos atalhos
E as curvas, que tanto fazem
Que sejam só as do teu corpo
Em que deslizo em riste

Sejamos nós os gostosos
Inflamemos logo o desejo
Excitados, em brasa, sedentos
Entregues a toda paixão carnal
Sem o pensar dos amanhãs

E então sejamos santos
Comportados, vestidos, regrados
Corroendo nosso pecado
Somente ao tempo de nos vermos
E sermos outra vez... Devassos.

Douglas L A Campos Douglas L A Campos Autor
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