Poesia

Lua de maré

Lua de maré

E eu que seguia a calma
Regendo as marcas

Eu que pelo pouco
Ou nada nelas via

Em apelo de sorte morte
Bilhetes e passes

Tenho um andar
Delirante de sol

Pego a forma de guardar
Das marés e das luas
Caídas sim deslizantes

Que perseguem
E ao mesmo toque
Derramam as paixões
De anos roubados

Pelo desapego
Nas poucas noites
Que sem deixar entender

Te traz e me leva

Expõe clara a tua boca
Sedenta de calmaria
Desejando coice

Tentando o animal
Que nela se rende.

Lina Ramos

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