Lua de camboa
Precisa desejo desses
De comer quando já são
Febre que queima impele
Voe perigo, mas e então
Porquê propõe sem razão
Por que razão não ceder
Impedindo satisfazer
Desço caindo, levanto
Levando tombos trombo
Ferve, cada vez mais, ferve
E cada passo seguir
Torna segredo singelo
Em cada par ser um vão
Em cada vão fazer elo
Pressa sobre sob impede
Se outra vez não for ora
Se ver ou ter dá, no mesmo
Já têm soma sem prazer
Corre tempo mude a lâmina
Lua de lagoa verte seda
Dobra rua manso tempo
Tempo, tempo sem segredo.
Lina Ramos.