Poesia

Mau bocado

Dor sentida não aparece
Quando é vista mostrada
Ensaiada como prece
Se chama dor esperada

Tendo o sofrer se quebrado
Fatiado a cada momento
Como sendo mau bocado
Que mostra o valor na gente

Basta o dom de merecer
Quem sabe plantar colher
A mágoa que pertencer
Nesse riacho beber

Saudade que foi uivada
No amargo torto saber
Foi talhada amontoada
Água rota na mão descer

É história que começa
Se acaba como um sopro
Sai do peito já ameaça
Explodir com todo corpo

Entoa a melhor divisão
Quebrando a miúda jura
Relatada de fissura
Partindo sem haver razão

Se não voltar nunca mais
Sumir como por encanto
Prometo não vou atrás
Cada um zela seu pranto.

Lina Ramos.

Lina Ramos Lina Ramos Autor
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