Dor sentida não aparece
Quando é vista mostrada
Ensaiada como prece
Se chama dor esperada
Tendo o sofrer se quebrado
Fatiado a cada momento
Como sendo mau bocado
Que mostra o valor na gente
Basta o dom de merecer
Quem sabe plantar colher
A mágoa que pertencer
Nesse riacho beber
Saudade que foi uivada
No amargo torto saber
Foi talhada amontoada
Água rota na mão descer
É história que começa
Se acaba como um sopro
Sai do peito já ameaça
Explodir com todo corpo
Entoa a melhor divisão
Quebrando a miúda jura
Relatada de fissura
Partindo sem haver razão
Se não voltar nunca mais
Sumir como por encanto
Prometo não vou atrás
Cada um zela seu pranto.
Lina Ramos.