Poesia

Velha morada

Tinha cheiro de roça 
Noutra (mato) rasteiro
Pouca fartura num cofo 
O cachorro companheiro 

Desse que pouco descrevo
Foi presente de senhor
Maldizer nunca atrevo
Esse que de nós cuidou

Num braço ele carregava
Uma velha manta sovada
O alimento que cheirava
Minha mamãe que cuidava

Sozinhos soltos os irmãos 
Passando do meio-dia
Esteira aberta no chão
Todo alimento servia

Nossa singela morada 
Eu totó e os outros cinco
Chuva noite sossegada
Lavando a calha de zinco.

Lina Ramos.

Lina Ramos Lina Ramos Autor
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