Amor de preto me arrupia
Nessa terra do Senhor
Cor da pele tá lá fora
Alma mesmo não tem cor.
Mas velho fica arrupiado
Nessa terra de doutor
Preto vence preconceito
Juntado no amor.
Conto uma história linda
De dois preto sonhador
Que por vez na sua cozinha
Só tinha somente amor.
Da sua senzala o primeiro
Corrente do pé tirar
Se jogou no mar de corpo inteiro
Sem saber ainda nadar.
Pretinho era danado
Nunca que desanimou
Ainda todo estropiado
Deu pra ela seu amor.
Pretinha mais danada
De pronto aceitou
Juntou que nada tinha
Foi simbora por amor.
Quase que ele se afogava
Preto teve que nadar
Vencer dias de tormenta
Pra poder hoje boiar.
Pretinha era tinhosa
Quis pretinho ajudar
Pisou firme de pé preto
Ela por terra e ele por mar.
Preto conta arrupiado
Nessa terra de doutor
Pra quem tá predestinado
A vitória não tem cor.