Pelo tempo que se implora:
A tarde desce prendendo,
O dia não conta por hora,
A noite passa correndo.
Ha tempos que esse tempo:
Na pressa passando hora,
Se volta para um tempo!
Sem conter o que implora.
Ó tempo que me perdoe…
Com soberba lhe falar:
Se soubesse o quanto doe;
Volta do tempo clamar.
No encontro que enredou:
Disse a outros que nem viu,
Que da obriga nem restou,
Um sopro desse assobio.
Tempo, teu jeito de ser,
Deva parecer defeito...
Prostar dentro de um peito,
Jeito assim, de fazer.
Lina Ramos.