Ah! O mundo é tão grande
Reina soberano o infante globo
Beira o irreal o viajante
Pena que o normal seja tão bobo
Como é bom viajar mais que o mundo
E imaginar outra existência
Vagar o que ainda não tá imundo
Quem sabe encontro por aí a decência
Neste mundo, onde anda o gigante?
Um livro se constrói com páginas
De amor, respira o eterno amante
De rancor, gira no globo as lágrimas
Bate profundo a liberdade
Das asas de um pássaro preso
Corre o sangue da realidade
Nas veias do crime ileso
É pena que, em vão, a gritaria
Não transpassa o sorriso maquiado
A cena que transpira o dia-a-dia
Mistura o pão com leite derramado
Há tantos aplausos na mentira
Que ela se sente a estrela que brilha
A luz fixa que a face da retina não vira
Cega a placa de contramão da trilha
Um amor é para se viver
Diz o ditado do coração
Vamos, ao giro, proteger
Ser no mundo, mais emoção
Ah! Que mundo tão grande
Grato à sua arquitetura
Habita-o qualquer viajante
Que queira alicerçar a casa pura