Poesia

Meu Pé de Mandacaru


Todos os dias olho pra ti, o verso não quer sair
Tanta tristeza e quanta beleza
Nunca vi tanta vontade de alcançar o céu
O sol é escaldante e não precisa de chapéu
Caule verde cor de oliva da bandeira do Brasil
Aqui tu és nordeste, do sertão ao agreste
O sabiá faz seu ninho, com enlace nos teus espinhos
Espinhos ressequidos, alfinetes enfurecidos
Não tem sombra, é só penumbra que deslumbra
Almanaque do sertão, sai pra lá, verão
Agora é primavera, sinal de chuva cedo em nossa terra
Tuas flores de barrigas, pétalas brancas que encantam
Deixam enamorados os apaixonados
No penhasco ou no espinhaço, no telhado do sobrado
Em qualquer lugar, tens vida bela
Frutos vermelhos, que atraem como espelho
Com flocos brancos deslizantes, como espumas flutuantes
Fonte de água no verão, ó retrato do sertão
É planta, é comida, é bebida, é fonte de vida
Agora estou feliz, posso: gritar, voar
Sorrir como um colibri
Beleza que a natureza gerou
Dádiva de um Deus criador
Digno de honra, glória e louvor.

Junior Mariano Junior Mariano Autor
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