Dentro de mim existe um universo
E a minha alma é um planeta sem cor,
Lançado no subverso
Por se afastar do sol amor.
O satélite da minha alma é o coração
Com seu interior vazio.
Lá é tão normal a solidão,
Orbitando meu espaço tão sombrio.
E quando aproxima da alma, o coração
Ocorre uma enchente de sentimentos,
Paixões, fantasias, medo, desilusão
Bem-estar e também sofrimentos.
Meus sonhos são estrelas cadentes
Que por descuido foram embora,
Mas uma ou outra aparece tão de repente
Que lembra as felicidades de outrora.
Meu corpo é uma galáxia empoeirada
Abondonada pelos astros, vazia...
Não há contentamento, não há nada
Apenas o desejo de encontrá-los um dia.
E quando tudo parecia estar perdido
Surgi neste vacuo uma clareira,
Era o amor que havia persistido
Em afastar de mim toda barreira.
As sombras ficaram para trás
Meu mundo tornou-se outra vez iluminado,
Deixando meu espaço mais vivaz
Por causa do amor ensolarado.
E agora posso enfim perceber
Que esta luz me aquece e me acalma,
Pois é maravilhoso poder sentir e ver
O amor nascer no horizonte da minha alma.
Cristina Rodrigues