Devagar, enchendo o pulmão
devagar, esvaziando o pulmão
Peito enchendo de ar
peito se esvaziando do mesmo ar
O sol que nasce
O sol que se põe
Um olhar no meio da multidão
o coração que acelera
O toque na pele
o pêlo que se arrepia
Os lábios que se encontram
o sexo que se permite
Cabeça encostada no vidro
os carros que passam
E por um instante
e só por um instante
Tudo faz sentido
é para não ter sentido
A vida passa
mas a vida continua
Então, devagar, enchendo o pulmão
devagar, esvaziando o pulmão