Olha lá quem vem,
abrindo sorrisos pelo palco,
dançando com as luzes da cena
do teatro que lhe acolheu.
Fazendo rimas velhas parecerem boas novas;
e reescrevendo toda a essência da surpresa de chegar.
Ser de luz que me bate à porta quando eu não sei se vem,
mas quero muito que venha.
Visita que me bate o coração,
que me descompassa
e que me entrelaça.
Presença não-física
que me sobe o elevador sem olhar o número.
Que, guiado pelo dedo da distância,
aperta o número sete.
Ah, saudade a minha
que nem toquei no teu abraço,
mas que transformou você no acaso mais bonito
que me apareceu numa terça-feira nublada.
Serendipidade é quando o destino inventou de pôr você no meu caminho, sabendo que eu não queria acreditar tanto assim em fatos predeterminados.
E, hoje, com o braço torcido,
apenas digo:
obrigada.
(Ias Rodriguez, 2017)