Não há nenhum dragão na garagem
Nenhum moinho cuspirá fogo hoje
E nem deixará donzelas em perigo
Não há sequer uma história real
Cuspia fogo das ventas, não o dragão
Somente o fogão pra esquentar a panela
Já enferrujada em partes
Temerário dragão
Esquentei o café sobre suas chamas
Este dragão inofensivo e velho
Era de uma mansidão
Exasperante
Ela conhecia não somente o dragão
Mas a caverna, a montanha e a vizinhança
Sabia melhor quem sou
Do que eu sabia sobre ela
Prendia-me em tua feitiçaria barata
De bruxa e me levava pra teu castelo quarto
E pobre ateu eu era
A pobre donzela refém
Não tinha medo algum do pobre animal
Domou-o melhor que seus gatos
Eu não mais percebia o mundo
Acho que o único refém eu era
Não somente do dragão mas dela