Homens sacros me presentearam
com bençãos de um passado esquecido
desde que há algo pelo que respirar
é esse ar que me consome
que me arde até a alma
que me enlaça pela carne
que assossega ou que me fere
que alivia ou que me mata
mas não me sinto como o povo prometido
é como se eu fitasse o infinito
e à sua frente gritasse por perdão
eis aqui o sangue e a graça do fim
na próxima esquina existe um abismo
mas eu apenas observo
todos indo em sua direção
todos com suas velas nas mãos.