Olha, eu não conheço teus medos, não partilho dos teus segredos. Mas penso entender que a dor tem seu feitiço; não se esqueça disso.
A vida é um suspiro entre a cegonha e o além; o que há entre isso é o que se perde em outrem. É o que se guarda entre o mal e o bem.
Porque, depois disso, a carne sangra e se encarrega de reservar a nossa alma um lugar no seu velho vai e vem.
Sim, e parte sem te deixar ser seu próprio refém.
E, ao que se conhece, já não se pode dizer “amém”.
(Ias Rodriguez, 2017)