Poesia

Presente, Passado e Soturno

Entre tantas constelações
Sírus se ofuscava com a intensidade daquele olhar
Que esquivava-se, coroava-me
Entregava a si,
Repousava em mim
Felicidade enfim
Germinava ali.

Ainda fico a admirar
Esses olhos inseguros
Que de tão puros
A minha razão eles ousam sabotar
Até o zodíaco desafiar
Ao reinventar todos os meus místicos mitos astrológicos
Pouco sólidos, pouco sóbrios
Mas que me refugia da agonia de outros dias
Pois inerte agora é o meu pulsar
Hostil por não saber amar...

E assim gravito, com internos gritos,
Temendo velhos suplícios,
Eu voo e vou
Expulsando resquícios de qualquer sorriso que já me dera
Pois a primavera é uma quimera
Pra mim, que sou terra cansada,
Infértil morada
Para tão nobre chegada.

Bianca Marques Bianca Marques Autor
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