Com uma garrafa de qualquer coisa ao lado nos deixando bêbados 
Com rolinhos de câncer entre os dedos e isqueiro no bolso 
Sentados em um sofá velho e quebrado, que pertencia a algum homem que fora abandonado 
Encostados em uma parede de artes criminosas 
De costas para a oitava maravilha do mundo, ouvindo músicas que o circo nos proporcionava 
Compartilhando sentimentos que não foram sentidos 
Compartilhamos lágrimas que ainda não tinham caído 
Experiências ruins nos faziam fortes 
Decisões ruins, não tínhamos sorte
Perdendo as esperanças e as recuperando logo em seguida 
Pensando que não haveria mais saída 
Talvez eu devesse fugir com o circo 
Talvez eu devesse tirar minha própria vida
Seguimos o mesmo caminho 
Desse vez compartilhamos sorrisos 
Deixamos o sofá de lamentos 
Andamos pela calçada de pensamentos 
Encontramos um ponto de partida 
Se eles conseguiram sair 
Porquê nós não conseguiremos ?
Pegamos e estrada de volta pra casa 
Uma das poucas vezes que tiramos as máscaras 
O vazio não foi preenchido 
Nada foi resolvido 
Mas ao menos naquela noite, algo foi realmente sentido.
Regiane Martins Nonato 
28/07/2017
Que o velho sofá quebrado aconchegue todos nossos segredos
Que luz da lâmpada do poste guarde toda fumaça de nossos devaneios.