No escuro vai passando
Dos ponteiros negros
Marcando em compasso
O atraso do tempo
Ao som da solidão
Compõem-se sonetos
Eles que são os mesmos
De algumas décadas atrás
Aqueles que surgem sem paz
Em meio ao cenário de guerra
Todos numa só esfera, à espera
Drama para uma platéia
Amnésia,
Fronteira entre o tempo
Entre o que foi e o é
Perdeu-se na memória cada momento
E do tempo escuro
Vem rapidamente como um vulto
A sombra de uma perdição
Levando-me para solidão,
Confortante.
Alegra-me estar aqui
Sozinho frente a ti
Que nada é senão o nada