Poesia

Disperta Cidade

Desperta cidade



Prefeito: Vou levar este doente para a capital e se Deus quiser vou ganhar todos os votos da família dele.

Coveiro: Ia né prefeito, ia... pru que esse aqui tá morto.

Prefeito: O médico irá colocar o estetoscópio no coração dele.

Coveiro: Já botei meu uvido nu difunto e o omi nem bate a passarinha e tá gelado qui nem picolé.

Prefeito: O médico irá ressuscitá-lo, o que vale é a intenção.

Coveiro; Votei nu sinhô pra administrar a cidade i o sinhô quer ser é motorista de ambulância e ainda tomar o meu emprego. Pois pronto, num voto mais, nem eu i nem minha famia.

Prefeito; Venha cá, compadre Zé, pé na cova.

Coveiro: Se eu for pé na cova o sinhô é o corvo da cidade, deixa o difunto em paz, já que não faz bem pru vivo, faz pru morto.

Prefeito: Olha! Olha, Zé!!! O defunto ressuscitou.

Defunto: ressuscitei mesmo pra mandar criar vergonha a quem não tem. Saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado.








Junior Mariano Junior Mariano Autor
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