Poesia

Vermelha

És tu mesmo?
O que aconteceu contigo?
Até ontem era branca como o leite
Agora és toda vermelha?!

O que aconteceu contigo?
Machucou-se?
Cubro-lhe a ferida
E limpo todo este dócil sangue

Este teu vermelho encantador me preocupa
Juras que não se machucou?
Juras que é só o amor?
Juras que não sou eu?

Trago-lhe estas humildes rosas vermelhas
E, que coincidência,
São vermelhas como você
E, quando vergonhosas,
Ficam brancas como o véu

Donde veio tanta beleza desta cor?
Onde estão minhas consoladoras:
As estrelas?
Como se sentes, minha amada?

Oh! Sinto o frescor da grama,
A fala do vento
Que recita lindos versos
Sobre tua beleza

A escuridão dos céus diz tudo:
“Teu vermelho é a ferida do amor
São as lágrimas da paixão

É sangue doce
É sangue do coração”

Não posso tocar-te
Mas posso amar-te
Não posso beijar-te
Mas posso observar-te

Minha amada, o que agora acontece?
Que sombra é esta que passa sobre ti?
És a escuridão?
És a solidão?

Ah! Aqui o vento me diz
Que é somente teu amante
Fazendo sobra sobre ti
Para beijá-la

E eu, aqui, só observo
Este lindo amor correspondido
Pois hoje tu não me iluminas
E só me inveja.

Mas só agora conclui
Que em ti padece meu sangue
Do meu coração partido
Que vai se recuperando

Desculpe-me se derramei sangue em você
Amanhã estarás limpa novamente
E juro-te, juro-te!
Fechar a ferida de meu coração.

Rafael de Melo Rafael de Melo Autor
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