És tu mesmo?
O que aconteceu contigo?
Até ontem era branca como o leite
Agora és toda vermelha?!
O que aconteceu contigo?
Machucou-se?
Cubro-lhe a ferida
E limpo todo este dócil sangue
Este teu vermelho encantador me preocupa
Juras que não se machucou?
Juras que é só o amor?
Juras que não sou eu?
Trago-lhe estas humildes rosas vermelhas
E, que coincidência,
São vermelhas como você
E, quando vergonhosas,
Ficam brancas como o véu
Donde veio tanta beleza desta cor?
Onde estão minhas consoladoras:
As estrelas?
Como se sentes, minha amada?
Oh! Sinto o frescor da grama,
A fala do vento
Que recita lindos versos
Sobre tua beleza
A escuridão dos céus diz tudo:
“Teu vermelho é a ferida do amor
São as lágrimas da paixão
É sangue doce
É sangue do coração”
Não posso tocar-te
Mas posso amar-te
Não posso beijar-te
Mas posso observar-te
Minha amada, o que agora acontece?
Que sombra é esta que passa sobre ti?
És a escuridão?
És a solidão?
Ah! Aqui o vento me diz
Que é somente teu amante
Fazendo sobra sobre ti
Para beijá-la
E eu, aqui, só observo
Este lindo amor correspondido
Pois hoje tu não me iluminas
E só me inveja.
Mas só agora conclui
Que em ti padece meu sangue
Do meu coração partido
Que vai se recuperando
Desculpe-me se derramei sangue em você
Amanhã estarás limpa novamente
E juro-te, juro-te!
Fechar a ferida de meu coração.