Eu admito que não sei.
Gosto de fingir que eu sei de tudo
Quando na verdade, não sei de nada.
Penso demais, é fato
Em coisas que talvez não devesse pensar
E isso me traz certas consequências
Com as quais eu não gostaria
Mas sou obrigado a lidar.
Penso em você, também.
Muito.
De repente, alguém me pergunta o que eu quero.
A questão não é o que quero
(Ou não apenas)
Existem outras vontades no meio
Expectativas com as quais eu tenho de cumprir
Olhares voltados para mim
Eu tenho sonhos...
Alguns dos meus desejos mais profundos se contradizem
Há certas circunstâncias que eu não posso ignorar
E tem a vontade de Deus
E tem você.
O que estão olhando?
O que essa gente toda quer de mim?
Eu sou todo assim
E todos os palhaços do mundo riem
da minha cara
E todos os profetas do mundo previram
esse meu fracasso
E todos os mímicos do mundo estão fazendo
um minuto de silêncio em respeito à minha desgraça
Uma música sem ritmo ou um livro sem final
Ou um desenho de criança largado sem estar
Realmente terminado
Ou uma árvore de estimação de um cachorrinho abandonado
Você se lembra daquela brincadeira
Que a gente costumava fazer
Onde você fingia que eu poderia ter esperança
E eu fingia que eu tinha alegria?
Eu sinto o tempo passando.
E mesmo que seja apenas o início de tudo, eu sinto que já está acabando
Você sente também?
Eu tenho medo do escuro, não me deixe aqui sozinho
Será que meu riso fica feliz assim contigo?
Eu quero morrer de rir até não conseguir mais sobreviver
Então me leve para o abate.
Me mate para que eu não tenha que morrer.