Eu deixo o mundo 
Como o filho vil e solitário 
Deixa o lar sob o olhar
De um pai severo e objetivo.
Deixo um coração e um olhar perdidos.
Deixo a insensatez de viver todos os dias
Sob o crivo de luta e derrota.
A única alegria que vejo é despedir-me
Sem o gosto amargo de perceber-me
Com todas estas angústias 
Existentes em mim sem motivos.
Deixo estes pensamentos desconexos,
Tão frágeis e inconstantes,
Como as ondas de um mar revolto,
O qual em pouco instantes,
Ver-se lama,
Sem a percepção de que a lua e as estrelas 
São versos, vida e descobrimento.
Quanta felicidade em deixar tudo.
Não tenho par neste mundo.
Não tenho a mínima dignidade de considerar-me digno.
Eu deixo esta luz 
Como os olhos fúnebres 
Deixa a calma tarde 
Sob um canto tenro e 
Cheio de vida 
Para alguma existência 
Mais humana e plena.