Dizem as boas almas
Das calorosas árvores gélidas
Que o amor é cego
Que o amor não vê luz
Nem trevas
Mas o que o amor pode ver
Nele
Não foi a distância
Nem a aparência
Foi as pequenas pupilas daqueles olhos tímidos?
Foi o sorriso sem graça?
Foram aqueles dedos carinhos sentindo minha face?
Mal sei dizer
Não sou o amor
Sou uma lâmina de dois gumes
Que sente um sangue fervente por ele
Um sangue que corre pelo meu aço frio
E o esquenta para uma nova batalha
Minha virtude aflora...
Sinto novamente no peito um novo amanhecer...
Seus olhos me ensinaram a ver beleza
Sua voz me fez escutar novamente
E o teu beijo...
Me ensinou a acreditar na luz...
Não sei bem quem é você
Sua origem
Seus costumes e hábitos
Mas minha alma
Parece conhecer a sua muito antes
Muito antes de poder falar “amor”
E o amor cego
Descongela a fria batida
Que meu coração dava...