Poesia

As Portas

Em madrugadas frias coloquei no bolso
esse relógio morto por suas palavras
e depois de voar cai em tentação
unção desse vazio a me torturar

perdi algo naquele dia tão soturno
borboletas causaram todo aquele caos
e nessas manhãs onde o vento carrega
toda essa abstração do tempo pontual

queria me perder dentro dos meus desejos
então me afoguei como em um temporal
suas casas tão repletas desses paradigmas
indiferente fonte de toda a moral

concluso as metas dessa existencia tola
a construção não foi algo tão imortal
eternidade acaba em poucos segundos
em poucos se firmou todo esse casual

afinal
quem pode nos salvar?
no final
a poesia sempre sangra
a libertar
todos que batem em sua porta
ideal
fugir de todo esse vazio do mundo real.

Ícaro De S E S Ícaro De S E S Autor
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