A sobrevivente
Meus olhos
não cansam de
contemplar.
Falo, falo e falo ...
Aqui o bode é rei.
O jumento é corcel.
O céu transfigura-se
do cinza cor de morte
ao azul anil.
O ar é vida e a noite é sono.
Ainda existe mata virgem.
A silhueta do horizonte é cintura de mulher.
Vejo a esperança voando nas asas da asa branca.
O juazeiro é hotel cinco estrelas sem contas a pagar.
Vi a seca vencer o homem, vi o homem sem forças para lutar.
A mata branca subsiste e tem história para contar.