alguns anos a frente entenderá
que a humanidade nunca soube foi adivinhar
e o tempo muda tudo como tintas numa tela
a cada pincelada do artista cabe eras
feras amordaçadas com tantas prisões
tijolos na parede não nos prederam ao chão
iremos rumo ao topo sempre foi nosso lugar
benditos miseráveis com existência no pulsar
pensar que toda vida fiquei maquiado a dedo
por mãos tão doentias que me alimentaram o medo
vitrines tão expostas a esses sangues tão ferventes
um gole de luxuria eles nos fizeram doentes
aguardamos a cura olhando ao alto nas sacadas
voltamos a caverna com visões atormentadas
do que devemos ser do que podemos ter o que queremos ver
esta tudo escrito a mão as 7 chaves do poder
e eu ainda nem falei da minha dor
ainda não perdi a minha noção de pudor
sou um rapaz decente crente de algo me salvar
o que encontrei é isso algo pra me expressar
corrida rumo ao pódio, nós precisamos de óleo
não temos mais comida, só tem um biscoito oreo
lembranças foram o que restaram, o que nos alimenta
futuro tem nos vigiado o que nos orienta
o que nos acalanta por ser tão diferente
o que nos fortalece a essa nossa promessa
que esquenta nosso peito e nos torna ardente
por fim todos iremos onde tudo recomeça
mas pra que a pressa se é tudo uma questão de tempo
olhem só o desejo de correr daqui do templo
onde cultuamos deuses que usam Armani
e só assistem pegar fogo até o sistema dar pane
tudo se equilibra um dia tudo acaba
a terra é nosso lar mas pode ser nossa carrasca
e toda esse jornada não serviu de nada bobagem
se nela o viajante não aproveitou a paisagem