O manto que me cobre de finura
onde tropeço diante de minha abstrata dor
no chão encontro-me em real pudor
exergo os sussurros de minha leitura
Todas as vezes que caí em tentação
perdoa-me pois sou humano Senhor
e as noites em que não amei foram em vão
mas dou a mim o direito de ser quem sou
O que me maltrata é essa antiga dúvida
o que me consola é que ela me move
talvez a resposta seja apenas vida
sentir-me vivo é o que realmente me comove
Serei eu,
singular e não obstante,
as vezes distante,
poesia que os amantes...
sempre sonham em sê-la.