Era época de florada na caatinga...
Bel perfumada do néctar de uma flor de mandacaru
Mira-se no orvalho de um suculento cacto
Olhos simples realçados pelo brilho do luar
Asas revestidas de pelos loiros eriçados
O vento lhe embala o abdômen
(Em um dos favos sua mãe prepara um licor de mel!)
O sopro da brisa passa cantando
_ Apis... apis... apis... mell!...
Bel começa a girar
Uma alegria percorre seu tórax
As pernas em doce harmonia no ar
Com vivas de alegria as flores entram no salão
Desabrocham as brancas pétalas
Em sorrisos à debutante em seu primeiro dia de engenheira
_Nunca se viu abelha mais bela em seus quinze dias de vida!...
Comentam algumas delas por entre os aplausos...
Não se sabe se as facetas de seus compostos olhos de tons mel
Detectaram o movimento festivo no ar
O certo é que Bel enxameou-se nos ritmos do trabalho!...
(Antologia 61.)