Passa o Poti em minhas veias
lavando a culpa do sangue
por onde o rio passeia
semeia indulto e vazante
Passa o Poti em minha aldeia
lambendo as suas feridas
quando se enche, faz cheia
com inveja do Parnaíba
Passa o Poti afagando
as coxas das suas sereias
cada trouxa um desengano
no sujo da roupa alheia
Passa o Poti pela areia
que fica no Piauí
passas pra Luís Correia
e vens desaguar em mim
Passa o Poti cabisbaixo
rastejando a sua dor
antes que vire riacho
e o que era doce, acabou