o óleo do buriti 
embreja-se em minha pele. 
o shampoo do jaborandi 
penetra-me as raízes dos cabelos. 
a borracha da maniçoba 
cola-se à minha vaga mente.  
no que sobrou do cerrado, 
a juriti canta seu canto triste e derradeiro.  
o azeite do pequi 
impregna arroz e versos. 
a infusão do barbatimão 
lava-me o estômago e cicatriza a alma. 
os fios do capim dourado 
amarram-me a ti, definitivo e inteiro.  
no que sobrou do cerrado, 
a juriti canta seu canto triste e derradeiro.